sábado, 5 de outubro de 2013

Cristina Pereira

O MEU TUDO-NADA

Quão profunda é a minha tristeza
Encoberta por invisível manto
Que às vezes solto em grito-pranto
Em rios-dilúvios de chama acesa.

Vivo presa numa redoma-quimera
Num sonho-sonhado sempre à espera
Duma chegada ou duma partida
De algo ou alguém que sare esta ferida.

E visto-me das cores da manhã
Mesmo que no meu peito impere
O negro-vazio da noite que fere
E não a alegria do vermelho-romã.

Mas sou flor-feliz para quem me vê
Sou riso-sorriso e alma aberta
Sou uma mão amiga que desperta
Sempre que outra flor-feliz me lê.

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