sábado, 24 de agosto de 2013

Telma Estevão

Lagos mansos

Tenho nos meus olhos
Imensos lagos 
Águas turvas que correm
Continuas sem findar.

As minhas lágrimas abandonadas
Vão correndo sem sentido
E fazendo poças completas
Nas minhas mãos delgadas…

Vão regando os silêncios
Dolorosos das madrugadas.

Na minha boca fontes
De poemas latentes
Sustentam o céu vago e frio.

A seiva pálida e suspensa
Dos meus lábios delicados
Embriagam a solidão severa
Dos meus olhos olvidados.

Afogo o meu rosto dorido
Na desolação das minhas mãos
Cegas e perdidas.

Por fim adormeço na incerteza…

E no frio dos meus braços
Inertes e esquecidos…

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