sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Joaquim Jorge Oliveira

CAVALOS ALADOS

Vêm em forte e potente galope
Os cavalos alados do meu sonho
Chegam espumados e suados de morte
Num relinchar doido e medonho
E acordam-me no meio do jardim
Onde dormia sobre a esperança verde
E eu! Protesto! Por acordar de repente assim!
Com a boca e a alma, secas de sede.
Os cavalos batem as asas com enorme furor
Em defesa da divina e frágil delicadeza
Que irradia do rosto do meu amor
Entro em êxtase ao ver a tua exótica beleza
E tento encontrar nas brechas do mundo
Um espaço para fugir daqui e dormir
Dormir e entrar num sono eterno profundo
Sem morte, sem vida, mas com o sentir
Sei! Que pensas este desejo a pura utopia
Que nunca irá ser realizada e cumprida
Mas eu! Luto com a força da tua magia
Para que tu no sonho ganhes alma e vida
E sejas a verdadeira e eloquente razão
Para que meu corpo honesto de duende
Encontre em ti no bater do teu coração
A solução do enigma que ninguém entende
Leva-me no teu dorso cavalo alado
Não me deixes aqui nesta estúpida agonia
De sentir-me inocente culpado e condenado
A ficar chorando por ti até ser de novo dia
Levem-me a mim e aos meus pecados
Em potente galope, cavalos fortes e alados.

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