domingo, 25 de agosto de 2013

Antonio Montes

SÓ ESPIA

Quando pequeno, espiava 
espiava, sempre espiava
espiava e não via nada.

Fui crescendo e esquiando
espiando as coisas rodando
subia descia e eu espiando.

Espiando eu aprendi a olhar
tudo se ia e eu estava lá
sempre parado no meu espiar.

Espiava os pássaros ah a voar
cometas na imensidão a riscar
lagrima triste caída ao chorar
o amor que ia para não voltar.

Passa o trem na linha a espiar
e o balanço salobro do mar
à noite com sono a sonhar
na vontade que sempre esta lá.

Passou a estrela no lençol da lua
a misera do pobre sobre a rua
espiada pela consciência tua
vinda de uma vida fria e nua .

o flagelo da criação espiada
espiava e espiava e nada fazia
todos via mas apenas falava
momentos de horror aquele dia.

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