quarta-feira, 24 de julho de 2013

Maria Eduarda Palma

HORAS MORTAS

Nas horas mortas
Oiço Chopin e Beethoven
Que cantam só para mim
E me ajudam a preencher
Os vazios da alma
Que teimam em aparecer
Qual coisa ruim

Oiço Mozart
Pinto quadros coloridos
Faço versos doridos
Nas horas mortas....

Pego num livro
Folheio as páginas
Sem conseguir ler
Porque as horas mortas
Teimam em aparecer

Olho pela janela
Oiço o cantar de um pássaro
Um lamento ao longe
O bater de portas
Que me fazem sentir
Que há horas mortas....

Há quem beba p’ra esquecer
As horas amargas do entardecer
Há quem beba p’ra esquecer
Que tem mais um dia p’ra viver....


Quero mudar
A minha vida sem rumo
Deixar que o desamor
Desapareça como fumo
Perdendo-se no céu...
Em espirais
Pintando telas intemporais

Vou agarrar o amor
Com ele voar
Ao som de belas áreas
Desconhecidas
Amália canta “ Cheia de penas me deito e com mais penas me levanto”
A voz soa como um pranto...
Num dia a despontar

As horas mortas da minha vida
Estão prestes a acabar....

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