quinta-feira, 25 de julho de 2013

Margarida Cimbolini

SOMBRAS DIFUSAS

difusas sombras tão difusas
que não sei qual delas vestir primeiro
teci vestidos de sargaços
mas não enxergo o mar
caiu nevoeiro
sinto a maresia longínqua
a brisa traz o seu cheiro

os seus olhos continuam lá

estranho como me perseguem
colaram-se a esta pele que me cobre
e fizeram pequenos poros de luz
como retinas negras salpicadas
de dimensões inesperadas
que me amedrontam
porque não falam
parecem julgar-me
guardo-os mesmo assim
,,como algo que já me tivesse pertencido

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