sexta-feira, 26 de julho de 2013

Élia Morais Araújo

(O POEMA DE TI)

É de ti que falo, neste emaranhado de árvores densas,
Subjugadas, pela garganta estreita a perder de vista na longitude do meu braço.
É de ti que me apaixono, com elas à beira do rio em cachão,
Me exteriorizo, mando cair a chuva no meu ventre.

Sufoco no beijo que não demos, no grito frenético,
Estremecido do dia que não vivemos, porque simplesmente,
Nos entretivemos a jogar à “apanhada” à “macaca” em tempos de inquietude.
Tu não me amavas quando me escrevias dizendo que sim.

Era eu que me sentia presa a um fio de música que imanavas,
Inculto, ainda antes de me teres.Sou-te longe mas ainda a água…
…duma sede, terra profana.És-me o segredo que a porta fecha,
O abecedário nos teus lábios.É este o poema de ti,
O meu sono ralo, leito de rosas e brocados, a seara ondulante,
Alegres os pássaros do sol, letras, versos…

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