quinta-feira, 11 de julho de 2013

António José Cravo

cai a noite


no vulgar descrever das coisas
cai a noite

uma guitarra celebra paredes
enquanto na lama da ria
uma mulher morde a sobrevivência
na apanha de amêijoas onde já ninguém

a miséria mais dura
convive lado a lado com a beleza da música
criando uma atmosfera de irrealidade insuportável

no vulgar descrever das coisas
cai a noite
quisera saber como acolhê-la

onde tudo pode ser o que não é

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