sexta-feira, 12 de julho de 2013

Manuel Manços Assunção Pedro



Só, sempre só, como um eremita no deserto,
Sempre mais só que a tristeza de Job. 
Só, de mim distante, se estou tão perto, 
triste e só, como o mais ínfimo grão de pó.

Na solidão os cativos estão mais perto
dos grilhões, que os condena amarga mó.
Eu procuro abrigo no teu corpo, incerto,
Caminheiro errante, cada vez mais só.

Se a solidão gerasse a claridade,
um resto de amor, no seio da tempestade,
tu serias o sol, na noite amarfanhada.

Mas se a noite se espraia na saudade,
sou a sede da charneca a pedir piedade…
uma simples esteva…, pelo vento vergada. 

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