terça-feira, 11 de junho de 2013

Fátima Veloso

No meu poema

Planaste rente ao meu poema 
Mas não pousaste no meu verso
Agarraste as sílabas mais ásperas
Das palavras que não escrevi
E recusaste qualquer rima em nome de ti.

Olhei-te no assombro da tua incerteza
Demorei-me a entender onde se inquietava
esse sibilo surdo que não entendi….
Pensei que te ias e não voltavas
mas tu ficaste à espreita.

Talvez não saibas
Que moro no uso da palavra
Para chegar à sua essência
E, por isso, não entendes
que o indizível dos meus versos
Se afunda no litoral dos teus medos

Não sei porque me perdes
Quando me buscas no afago
da noite conturbada…
ou te aninhas no regaço
de um tempo sonâmbulo
tricotado nas malhas da desilusão!..


Como poderei alcançar-te
Se na vereda do teu silêncio
Escondes o obumbrar do entardecer?

Este é um poema portas adentro
à espera do teu canto,
folha branca aguardando
em sonhos de pleno azul
que te aquietes no meu verbo Amar

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