quinta-feira, 20 de junho de 2013

Agostinho Borges de Carvalho

Dor/subjugação

Há vento 
que rouba estes versos.
O canto dos melros 
faz criar um sorriso
nas flores.
Porquê este verde
e não o branco?
Liberto meu
pranto
da resina dos
pinheiros.
E faço triunfar a criação
dos frutos
e dos aromas.
Na pele desta árvore
escorrega
o suor
de teu sexo
e goteja como em labirinto
o orvalho
destas folhas.
Se respirarmos
libertaremos
a natureza criativa
e a sensibilidade é agora
uma fala de texturas
verdejantes
com ausência de dor.
Quero teu corpo
inflamado
por este voo
de pássaro
de fim de tarde.
E os lobos esperam
tua saudosa noite.
E esperar-te-ei,
com sexo e vontade livre,
no entardecer ,rugoso,
desta saudade.
Felicidade ,
a paleta de cores
do vivido.
Sou tensão
e cheiro
de teus suaves
aromas.

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