quarta-feira, 1 de maio de 2013

Auber Fioravante Júnior

Seresta de Solidão
Auber Fioravante Júnior

Preciso de um verso
Seresteiro, que da pétala se faça flor, 
Feito a jardineira semeadora de sonhos,
E o seu céu seja o meu firmamento!

Dos seixos pelas calçadas
Notas e semi-notas abram-se em leque,
Dispondo da harmonia, de toda a graça
Do anoitecer sobre as montanhas,
Como um beijo rubro de uma poesia!

Vastidão, mistério, imo solitude
Pelo esvoaçar dos tecidos, soando em perfumes,
Divino olhar, o cuidar pelo valsar do estrelar
Sob o flutuar do luar, dores, amar pela caminhar
Das letras, marejado papiro... Oh, suspiro!

Quando voeja a canção
Tudo se mescla em partitura de seda
Quimera sofreguidão!

Ao som do vento entre as folhas secas
Toda forma do amor, passos contra baixo,
Oh, pulsa coração, asas a alma, palavras ao pôr
Trazendo o amanhecer de um poema só,
Musica ao travesseiro, cor ao luzeiro!

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