Expõe-te… respira-me
Enlaça-te no meu sabor
Mélico e ardente e…
Implora o céu…!
Prende o teu beijo
Erecto e desnudado
Aos movimentos místicos do meu.
Recorda-te em horas outras
Da poesia dos meus lábios
Do orvalho lascivo da minha boca
De… mim.
Impulsiona-me
Para outro horizonte
Para outros odores e prosas
Que me embriaguem até ao fim...
Deixa-me cantar-te, os meus lamentos
(Fonte inesgotável de vontade…)
Esboçar-te os meus segredos
E os meus medos
Deixa-me sentir o calor mágico dos teus beijos…
Do teu abrigo
Acalma esta ansiedade
Da minha boca… apenas… um grito tácito
Deslizando
E escorrendo… um afago, gostoso e selvagem
Sem lamentos
Sem tempestades
Sem vazios
Sem sonhos inacabados
E inquietos.
Emerge da sombra
Afunda a noite
Abafa o som do meu gemido
E sente a vida que me pulsa dentro
Suspira, ao olhar da lua prateada
E recorda-te em horas outras
Da respiração da minha boca, ateada…
Renasce-me e nutre-me…a fome imutável, de ti
Deixa-me beijar-te devagarinho, meu amor!
Soletra os meus desejos, que não se extinguem
Deixa a fantasia dilatar e sorrir-me
Deixa os meus sonhos criarem asas…
Neste intenso fulgor.
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