QUERENDO
por Margarida Cimbolini
o que eu queria mesmo
era poder inverter a morte
mesmo
era ter o teu verde olhar
com a malícia do mar
o espanto na tua boca
se o açúcar amargava
ouvir-te chamando louca
entrar de novo em teu cofre
ficar bem quente aí
dançar na tua alegria
mexer com tua magia
na calçada apregoando
dando
dando tanto a tanta gente
com tudo sem nada
feliz e inconsciente
contente
sem ter de quÊ
e rindo de corpo inteiro
com teu boné de palhaço
que eu chamava de chasso
e sempre mais um abraço
a toda a gente abraçava
um abraço te perdeu
não sei inverter a morte
e teu abraço morreu
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