Solar de Poetas I

O Que é o Amor

É triste e ao mesmo tempo doce o amor!
É algo que se sente e faz sofrer,
É dor que fere, sem sequer doer,
É nosso sentimento interior

Mas esse amor se não retribuído
Irá fazer sofrer alguém que ama
E que deseja que essa mesma chama
Arda também num coração amigo.

Amor, é o companheiro que se alcança,
Mas traz desilusões, perda de esperança
E deixa em nosso ser amarga dor

Essa palavra doce e tão querida
E tantas vezes não retribuída
É simplesmente, é tão-somente AMOR

Amy Dine

 

SE
Se um dia te der uma louca vontade de chorar, me chama...
Não te prometo fazer sorrir, mas posso chorar com vc.
Se um dia resolver fugir, não se esqueça de me chamar...
Não prometo te convencer a ficar, mas posso fugir contigo.
Se um dia te der uma louca vontade de não falar com ninguém...
Me chama assim mesmo.
Prometo ficar bem quietinho.
Mas...
Se um dia vc me chamar e eu não ouvir...
Vem correndo ao meu encontro...
Talvez eu esteja precisando de vc...

Rosangela Ferris

Poeta Menino

Vem meu poeta menino
Cirandar na madrugada
Colher da noite os sonhos
Ver as estrelas acordadas

Vem meu poeta menino
Fazer poesias para a lua
Caminhar por longas ruas
Sob a luz dos vagalumes

Vem meu poeta menino
Escutar o som das matas
Dos riachos preguiçosos
Dos pássaros enamorados

Vem meu poeta menino
Catar conchas, pular ondas
Construir castelos de areia
Onde a esperança passeia

Vem meu poeta menino
Sorver do Sol a energia
Desenhar a paz sonhada
Nas esquinas e calçadas

Vem meu poeta menino
Colher rosa sem espinhos
Perfumes e pergaminhos
Ramalhetes de carinhos

Vem meu poeta menino
Ouvir o murmúrio do mar
O balanço das palmeiras
A brisa que faz sonhar

Vem meu poeta menino
Porque existir é poesia
E a felicidade magia
Vem brindar a alegria.

(Ana Stoppa)

Despontar da Primavera!

Vem de leve esse momento,
em que a soalheira porta
é iluminada mais tempo,
é o tempo da entre porta!

Se agitam os novos caules,
germinam de novo os campos,
o verde pinta os vales,
as serras deixam os brancos!

Lavada a terra, renasce o seu encanto
que floresce e afaga cada canto!
Despertam as pequenas folhas!

Nuas se revestem de escolhas
que aves moram na espera
do despontar da próxima Primavera!

Maria Morais de Sa

Despontar da Primavera!

Vem de leve esse momento,
em que a soalheira porta
é iluminada mais tempo,
é o tempo da entre porta!

Se agitam os novos caules,
germinam de novo os campos,
o verde pinta os vales,
as serras deixam os brancos!

Lavada a terra, renasce o seu encanto
que floresce e afaga cada canto!
Despertam as pequenas folhas!

Nuas se revestem de escolhas
que aves moram na espera
do despontar da próxima Primavera!

Maria Morais de Sa

Ai, Madalena

Madalena, Madalena!...
Quando passas por mim
Com esse teu cheiro gostoso
Com esse bambolear maravilhoso,
Com esse teu jeito, morena,
Só peço ao S. Valentim
Que sejas a minha pequena!..

Madalena, Madalena,
Namora comigo, morena,
Dá-me um beijo gostoso,
Dá-me só esse etéreo gozo
De seres a minha pequena

© Acácio Costa

És… eu.

Sou ar,
És vento.
Vem amor…
Beijar o nosso respirar.
Sou mar,
És o luar,
Vem meu amor…
Vem-me abraçar.
Eu sou incompleto,
Tu és metade,
Vem meu amor…
Vem-me completar.
Sou vento,
És ar,
Sou luar,
És mar.
Somos duas metades,
Agarradas pelo respirar.

Carlos Margarido

SANDÁLIAS DO PESCADOR

Sandálias do pescador
pés manchados de sangue
pescado com sua dor
pescador da rede grande

Rede demais esburacada
deixava sofrer os peixes
transformando sangue em água

Sandálias pisavam leve
vinham mansas de mansinho
rápidas em tempo breve
tiravam rolas do ninho

Sinais dos tempos
gestos de falsidade
delírios de um momento
abusando a humanidade

loucos que loucos se dizem
se dizem loucos em vão
não são loucos os que pisam
e matam o coração

Correm as almas por mim
caminhos de solidão
serram algemas por fim
almas presas por grilhão

Margarida Cimbolini