terça-feira, 2 de outubro de 2012

‎"Os Galhos do Tempo"

Contorcidos e retorcidos
os galhos dos tempos idos
que levaram os sentimentos

extinguindo os alaridos.

Contornados e retornando
os galhos dos tempos brandos
trazendo meus devaneios
meus versos enfatizando.

Sóis e luas desesperados
entre os galhos da emboaba
um adormece buscando o outro
abdicando das madrugadas.

Galhos e tempos em ampulhetas
de grão em grão escorrendo os dias
gritos que ecoam pelos planetas
vozes que guiam-me nessas vias.

E o passado já não é mais
precipitou-se dos impávidos galhos
naquelas tardes outonais
naqueles tempos de raro orvalho.

Agora os frutos são do ventre das flores
e as cores tem olências exuberantes
e o poeta acolhe o alimento da mente
e observa tudo do parapeito da janela do universo.


Jonas R. Sanches




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