quinta-feira, 11 de outubro de 2012

“O TEU ANIVERSÁRIO”

Hoje, decerto, é para mim um dia cheio de alegria e de felicidade. A minha amada faz anos, e é com prazer imenso que eu reparo na escolha do meu presente…
Ele, por si, nada vale: são versos sem valor…são bocados da minha alma, são pedaços do meu coração…são reflexos do meu entusiasmo…são meia dúzia de sarrabiscos escritos nas horas calmas e silenciosas – nas noites divinas e celestes – contemplando o luar amplo, o espaço infindo, o céu majestoso, os astros doirados…

O que pensei foi oque escrevi…Só tive como companheiro do meu trabalho o brilho pálido e baço da Lua na imensidade…

Escrevi nas horas de sossego: o silêncio era apenas interrompido pelo murmúrio poético das águas azuis do mar…

E enquanto escrevia, à minha amada, o meu coração quebrava-me o peito com palpitações de ferro, fazendo-me lembrar que alguém me pertencia e esse alguém, eu adorava…

Minha querida: os seguintes versos
São passarinhos sem rumo,
Leva-os o vento, dispersos,
Como as cinzas, como o fumo…

No doce beijo que te pedi um dia,
Beijo que me concedeste, sorrindo,
Uma estrela brilhava lá no céu – nascia
E um maçarico, voando, ia o luar subindo!

Naquela noite uma brisa leve refrescava o ar
E ao longe, ao longe coaxava uma rã,
E viam-se as luzes de um barco a baloiçar no mar.

E fica somente escrito, nesta folhinha sem brilho
O meu amor infinito, a ti e ao teu sorriso de lã
Que te vou oferendar embelezado num caixilho!

Alfredo Costa Pereira




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