terça-feira, 29 de outubro de 2013

Gilson Marinho

PRELÚDIO DE UMA GUERRA SEM FIM

E Deus criou o homem e criou os animais
e criou a natureza.
E Deus fêz bela a natureza, racional o homem
e irracional o animal.
E a natureza deu à um irracional a corôa de Rei.
E o homem achou que o Rei,
na sua irracionalidade, fôsse passíevel, amável,
domável até.
E O Rei, na sua irracionalidade,
ciente porém de sua nobreza observava o homem
e até o evitava.
Mas o homem na sua teimosia irracional
duvidou da irracionalidade racional do Rei
e pôs à prova a astúcia do Rei.
E o Rei devorou o homem
e o homem ainda menino, pereceu...
E o homem adulto e irracional se desesperou
e o poeta viu o homem menino inerte
e o homem adulto derrotado.
E o poeta que achou que nada mais o chocaria,
nada mais o magoaria, chorou...
E o verso sangrou
porque o Rei honrou a sua corôa
e se impôs perante a irracionalidade
racional do homem.
E o homem perdeu...
E o Rei venceu...

Um comentário: