sábado, 12 de outubro de 2013

Élia Morais Araújo

(De um outro lado)

Eu venho de um engano…
Ao encontro do sonho,
Marcado pelo tempo…
Mas, me foge este tempo,p’los rios de cristais,
Encravados nos meus olhos!...
A roseira que eu amo e que não existe!...
Me angustio, me atormento…à janela que eras tu,
Onde nos debruçávamos os dois...
Ruborizadas as romãs,
Floriam,…e víamos na rua de mil amanhãs,
A beleza plantada no jardim, a voz das flores,
Que entrava na minha alma porque lá estava a tua,
Nasciam os poemas azuis que líamos…viajávamos entre sóis,
Poentes…nascentes, o mesmo mar…
Eram só de nós dois quando abraçávamos a lua,
Beijávamos as estrelas, conseguíamos voar,
P’las salas de ouro, seda das Primaveras,
Com asas de um sonho…o pássaro real.
Eu venho de um engano…
De um útero, que de rosa me não deu a cor,
De um ventre que me expeliu com dano…
De um seio roxo quaresmal.

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