“O MEU RIBEIRO”
Vêm de longe cortando serranias
As águas de espumas rendilhadas,
Saltando aqui, além nas quebradas
Como cabras brancas, de estimação.
Passam a correr, ligeiras, fugidias
Beijando as fragas sem vegetação
Ao sabor das doces melodias
Dos rouxinóis á beira das levadas.
Bem hajam estas águas generosas
Que antigamente, carinhosas,
Aos moinhos acudiam para moer o pão;
Mas talvez por mistérios atraídas,
É que elas fogem como perseguidas…
Coitadas…sem saber para onde vão!
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