sábado, 14 de setembro de 2013

São Reis

Ainda hoje procuro a tua voz
em todos os cantos de mim
em todos os lugares onde ela se ouvia
em todas as musicas que trauteavas

Ainda hoje é a ausência da tua voz
que mais dói
misturada nesse silêncio jurado eterno
perdido pelo meio das frestas das janelas
pelas nesgas de vida que aos poucos ainda
se atrevem a pernoitar cá em casa

Dói o silêncio sabias?
Acho que já nem sei mais qual o som da tua voz
mas ela continua aqui
martelando os meus neurónios
misturando-se com as minhas pálpebras
escorrendo-me em surdina pelos poros
esventrando os buracos que eu julgava
estarem plenos com as tuas lembranças

Como me enganei!
como continuo me iludindo
com os sons que ecoam vindos lá fora
que me fazem correr para a janela
sempre na esperança de te ver

Mas não és tu!
Nunca és tu!
É apenas o vento pregando partidas
na minha memória
és apenas tu e os teus pedaços
que ainda cá moram
que sempre vão morar
que nunca vão me deixar esquecer
que tu foste o meu primeiro e único amor!

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