«O Homem é o Lobo do Homem»
- Ó ti-Manuel
que acto tão cruel!
Porque mata assim as ovelhas
com esse ar tão pesado?
Não seja eu picado pelas abelhas
ao julgar que se sente culpado.
- Tens razão meu poeta
mas não será esta a forma correta?
Vê como os lobos
vêm minhas ovelhas devorar.
De tão pesados roubos
como posso eu poeta não me irar?
- Ó ti-Manuel
mas esse odio lhe parece tão fiel.
Mas porquê não vem os lobos matar?
ou porquê não se trona mais vigilante?
Á tanto ainda por justificar
mas o bom-senso parece estar distante.
- Tu és poeta
não vês em linha reta!
O que posso eu fazer
contra lobos de grande força;
é muito difícil compreender
por mais que a razão se torça.
- Ó ti-Manuel
não seja cruel!
Matar quem não se pode defender
para fazer a vontade a lobos.
Poeticamente apenas me deixa entender
que as ovelhas não passam de bobos.
- Jovem poeta
a tua juventude não acerta.
Ninguém pode mudar
quando o medo em tudo já manda,
a solução seja uma a uma matar,
só assim o terror desanda!
- Como queira…
ti-Manuel, como queira!
Mas estas ovelhas irei levar
para que os lobos não lhes venham comer!
para que o ti-Manuel não lhes possa matar!
para ver o futuro de um novo rebanho crescer!
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