domingo, 15 de setembro de 2013

Fábio Ferreira

«O Homem é o Lobo do Homem»

- Ó ti-Manuel
que acto tão cruel!

Porque mata assim as ovelhas
com esse ar tão pesado?
Não seja eu picado pelas abelhas
ao julgar que se sente culpado.

- Tens razão meu poeta
mas não será esta a forma correta?

Vê como os lobos
vêm minhas ovelhas devorar.
De tão pesados roubos
como posso eu poeta não me irar?

- Ó ti-Manuel
mas esse odio lhe parece tão fiel.

Mas porquê não vem os lobos matar?
ou porquê não se trona mais vigilante?
Á tanto ainda por justificar
mas o bom-senso parece estar distante.

- Tu és poeta
não vês em linha reta!

O que posso eu fazer
contra lobos de grande força;
é muito difícil compreender
por mais que a razão se torça.

- Ó ti-Manuel
não seja cruel!

Matar quem não se pode defender
para fazer a vontade a lobos.
Poeticamente apenas me deixa entender
que as ovelhas não passam de bobos.

- Jovem poeta
a tua juventude não acerta.

Ninguém pode mudar
quando o medo em tudo já manda,
a solução seja uma a uma matar,
só assim o terror desanda!

- Como queira…
ti-Manuel, como queira!

Mas estas ovelhas irei levar
para que os lobos não lhes venham comer!
para que o ti-Manuel não lhes possa matar!
para ver o futuro de um novo rebanho crescer!

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