quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Celeste Leite

NEVOEIRO

Ondas douradas alastram sobre a areia,
No silêncio da brilhante madrugada.
Rasgas-se a escuridão, rompe-se o sinistro nevoeiro.
Pela tua mão caminho....
Remando nos barcos da minha infância feliz,
Nas memórias de um rio, onde tanto navegaram.
Ainda ouço o bater dos remos num som compassado.
Apenas um trabalho foi começado, mas não terminado.
Porque a felicidade é uma viagem maravilhosa,
Não um destino traçado.
Rugi, mas fiquei quieta como presa dócil, na busca de abrigo.
Fui colhida por ramos inquietos e astros dominantes,
Nesta dura batalha de vida.
Nada mais voltou a ser como antes.
Tornei-me um ser inútil, sobre as águas, como barco recurvado.
Submissa aos olhos de quem não me queria ver brilhar.
Batalhei, guerreei, chorei, mas gritei bem alto ao som da liberdade.
Foram tantos os obstáculos que surgiram na minha vida de verdade,
De mentira, de tristeza e utopia.
Apenas sou uma passageira, na passagem do tempo,
Que os astros dominam!
Contudo, seguindo um aventureiro caminho.
Um ser que não teme a morte, como se o infinito pudesse ver.
Na sombra da vida, antes de começar a viver.

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