quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Margarida Sorribas

Às vezes sinto que sem o querer me afasto de mim,
Deixo de ver a luz das estrelas
E não alcanço o brilho da Lua
Nem sinto o perfume doce das rosas.
Hoje, sinto-me assim
Mas não me questionem por isso.
Não é o final de um amor
Nem o começo de um novo amor,
Sou eu que sou mesmo assim.
Não! Não vou deixar que a vida me deite outra vez
Em cama feita de penas
Nem que me embale de novo ao som de choros e lamentos
Completamente às escuras.
Não! Não vou deixar!
Não vou deixar que me traga de novo
Campos de saudades maduras
Nem que me faça boiar sobre vagas de tormentos.
Não! Não vou deixar!
Já os meus pobres olhos coitadinhos
Vivem temendo noites invernosas.
Aquietem-se meus pobrezinhos,
Foi só o coração que gemeu
Dentro deste meu peito magoado,
Onde a dor e o amor
rezavam ajoelhados, sozinhos
Em noites de amores imperfeitos silenciosos.
Não! Eu não vou deixar!
Mas que ninguém se admire de eu sentir assim
Por vezes, dentro de mim
E sem saber de onde vem
Esta angústia sem fim.
Será talvez sina minha
que me marcou ao nascer
Ou então,
Vá-se lá saber...
Sou eu que sou mesmo assim!

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