domingo, 4 de agosto de 2013

Genésio Cavalcanti

A FÚRIA DO RIO

( Dedico este poema-canção a todos àqueles
que como eu foram vitimados por essa tragédia!)

Nem mesmo a fúria desse rio
Consegue abrandar meu amor
Mas o que ninguém podia imaginar
É que o rio que banha a cidade...
De repente, virasse um grande mar!
O rio lambendo toda a cidade
Sem medida, sem direção
A água pulando a janela
Arrastando tudo dentro dela
Causando dor, angústia, devassidão!
Tão feroz derrubou nosso telhado
Com a velocidade de um tufão
Sucumbiu a foto no porta-retrato
Ruiu parede e o nosso chão
Sacrificando pessoas e animais
Minha pérola do Una...
Minha princesa, princesa dos canaviais
Tantos dias e noites na escuridão
Uma família sem casa, sem albergue
Corpos trêmulos de medo e frio
No pensamento um grande vazio
E por um fio na ponta de um iceberg
E nessa tempestade tenebrosa
Só me sobrou a alegria de viver!
Pois nem mesmo uma grande tragédia
Me faria perder a vontade...
De continuar a amar, sorrir e querer!

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