SOU O MUNDO
Eu sou do mundo dos fortes
ande os fracos padecem
e os poderosos prevalecem.
Vim do sul, vim do norte
das cidades vim do agreste
sou mesmo o cabra sem teste.
Eu sou o político ladrão
mentindo sempre para o irmão
semeando a fome e a peste.
Sou a esperança de um coração
o olhar de tristeza de um cão
na vontade perdida que perece.
Eu sou o miserável da rua
em um olhar triste no nada
no frio que nunca se acaba.
Sou a desconfiança da calçada
em um olhar de repressão
o desejo de morte para o irmão.
Sou banquete de mendigo
o lixo do mundo para comer
o saco jogado com bebe.
Sou aquele nascido com amor
pregado na cruz com cravo
barbarizado com horror.
Sou aquele a gritar sobre o vento
nascido de um frágil ventre
nos quatro cantos do tempo.
Sou a voz que implorou paz na terra
gritou pelas facetas do amor
e repousou nos braços da guerra.
Sou o carrasco dos inocentes
joguei a dignidade para as feras
enchi de sangue o leito da esfera.
Sou a explosão da morte pela saudade
o reflexo cinzento do esplendor
o corpo agonizante de dor.
Sou desespero renascente das cidades
à noite em seu sussurro de clamor
no esquema ampliado do horror.
Sou a mentira na diferença valida
passa ser digna cem vezes repetida
matando e salvando vidas.
Sou a verdade manobrada pelo mal
que proibida falada não pode ser
que mata esboçada em dizer.
Sou aquele condenado para forca
pelo direito exposto a você
somente pelo esclarecer.
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