sábado, 24 de agosto de 2013

Antonio Montes

SOU O MUNDO

Eu sou do mundo dos fortes
ande os fracos padecem
e os poderosos prevalecem.

Vim do sul, vim do norte
das cidades vim do agreste
sou mesmo o cabra sem teste.

Eu sou o político ladrão
mentindo sempre para o irmão
semeando a fome e a peste.

Sou a esperança de um coração
o olhar de tristeza de um cão
na vontade perdida que perece.

Eu sou o miserável da rua
em um olhar triste no nada
no frio que nunca se acaba.

Sou a desconfiança da calçada
em um olhar de repressão
o desejo de morte para o irmão.

Sou banquete de mendigo
o lixo do mundo para comer
o saco jogado com bebe.

Sou aquele nascido com amor
pregado na cruz com cravo
barbarizado com horror.

Sou aquele a gritar sobre o vento
nascido de um frágil ventre
nos quatro cantos do tempo.

Sou a voz que implorou paz na terra
gritou pelas facetas do amor
e repousou nos braços da guerra.

Sou o carrasco dos inocentes
joguei a dignidade para as feras
enchi de sangue o leito da esfera.

Sou a explosão da morte pela saudade
o reflexo cinzento do esplendor
o corpo agonizante de dor.

Sou desespero renascente das cidades
à noite em seu sussurro de clamor
no esquema ampliado do horror.

Sou a mentira na diferença valida
passa ser digna cem vezes repetida
matando e salvando vidas.

Sou a verdade manobrada pelo mal
que proibida falada não pode ser
que mata esboçada em dizer.

Sou aquele condenado para forca
pelo direito exposto a você
somente pelo esclarecer.

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