terça-feira, 18 de junho de 2013

Margarida Sorribas

OS NOSSOS CORPOS

Sentada na beira da tarde,
Com os olhos do pensamento postos em ti,
Sinto que o meu corpo te quer,
Sinto que o meu corpo te chama,
Sinto que o meu corpo arde
Como arde naturalmente
O corpo de uma mulher...
Mulher que ama,
Mulher amante,
Mulher... mulher...
E fico a imaginar as minhas mãos e as tuas mãos
Irrequietas,
Impacientes,
Percorrendo ágeis os nossos corpos pulsantes,
desfolhando, um a um, todos os nossos mistérios
Com a alegria e o vigor que o nosso amor consente.
As nossas bocas,
Loucas,
Entregam-se uma à outra, num sorvedouro de beijos
Dando-nos a beber todas as desregras e excessos do amor e do desejo
Mordendo dos nossos corpos, agora mais quentes,
Todo o sabor a terra fértil e ardente
Doirada por sóis escaldantes de prazer.
Embriagados pelos odores que os nossos corpos deslizantes vão perdendo,
Balbuciamos palavras sem nexo
Mergulhados nas águas profundas e agitadas de uma paixão gemente,
Incendiada pelo desejo de posse que os nossos corpos sentem.
E num ondear incontrolado de corpos,
Os nossos corpos aglutinados e trementes,
Sucumbem em êxtase final,
Esvaídos de tanto se amarem.
Depois, enleados em juras de amor para sempre,
Beijamo-nos... beijamo-nos... beijamo-nos,
Até que as nossas bocas doam ...

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