segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dia de Camões

EFEMÉRIDES LITERÁRIAS - 10 DE JUNHO DE 2013
O DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
Por : RÓ MAR

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Dia 10 de Junho, o dia em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões, 1580, sendo o Poeta maior, considerado génio da Pátria decorre por todo o Pais as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. As comemorações envolvem diversas cerimónias militares, exposições, concertos, cortejos e desfiles, além de uma cerimónia de condecorações feita pelo Presidente da República.
Releva-se neste grandioso dia em Portugal e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, (países independentes que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a importância da língua portuguesa e a sua origem camoniana. O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, (Lisboa [?] 1524 — Lisboa, 10 de Junho de 1580). Foi um poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do ocidente. Autor de Os Lusíadas, (a epopeia portuguesa por excelência) e "a última flor do Lácio".

Lusitânia.
É um dos mais importantes épicos da época moderna devido à sua grandeza e universalidade. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia.

As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
.....
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

— Os Lusíadas, Canto I
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Dos temas mais presentes na lírica camoniana o amor é central e ocorre de modo conspícuo também n' Os Lusíadas. Na sua concepção incorporou elementos da doutrina clássica, do amor cortês e da religião cristã, concorrendo todos para incentivar o amor espiritual e não o carnal. Para os clássicos, especialmente na escola platónica, o amor espiritual é o mais elevado, o único digno dos sábios, e esta espécie de afecto incorpóreo acabou por ser conhecida como amor platónico.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor? 


Luis de Camões

— Rimas
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Graças a uma viagem que fez para a Itália entre 1521 e 1526, o poeta português Sá de Miranda regressou com uma nova estética poética para Portugal, introduzindo pela primeira vez o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas, e os versos de dez sílabas, conhecidos como decassílabos. Luís Vaz de Camões adotou esta estética, compondo diversos sonetos com o amor como tema principal e imortalizando o soneto em língua portuguesa.

Sonetos de Luís Vaz de Camões:

O dia em que nasci moura e pereça,

O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.

A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.

Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!

Luís de Camões
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Enquanto quis Fortuna que tivesse

Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co’ o tormento,
Para que seus enganos não dissesse

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
As diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.

Luís de Camões
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Poema de RÓ MAR - Homenagem ao Poeta Luís Vaz de Camões

Ó Poeta… quantas lágrimas de sal
Derramadas por mares nunca antes navegados,
Consolidaram-se venturas e desventuras
Na tua alma de génio, à descoberta de novos mundos.

Dom de coração apertado e largo ao Universo,
Que se fez ao mar em rima e verso,
Glória na epopeia segredada às levianas
E tempestuosas ondas se fizeram luz à literatura.

Se fez glória e jus à tua Pátria,
Pelos caminhos espinhosos se soltou a palavra,
No teu som Platónio, vibrou a mais bela melodia
E, aconteceu o imortal soneto, a arte da poesia.

Tua língua mátria louvaste,
Pelo tanto que a amaste,
E, hoje e sempre serás o Poeta de Portugal.

RÓ MAR
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Elaborada por: RÓ MAR
10 De Junho de 2013
Fonte : Wikipédia
Imagem- O retrato de Camões por Fernão Gomes, em cópia de Luís de Resende. Este é considerado o mais autêntico retrato do poeta, cujo original, que se perdeu, foi pintado ainda em sua vida.

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