segunda-feira, 3 de junho de 2013

Agostinho Borges de Carvalho



Bebido o luar

Bebido o luar,ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais,o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Porquê jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Porquê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia De Mello Andresen

Nenhum comentário:

Postar um comentário