Ausência
A alma dispersa e esquecida
Fica ausente com a crueza da lua…
Inquieta, abro as entranhas
Rabisco, pensamentos graves e severos
Os meus olhos mortos
Consomem os meus versos
E rasgam o vago, ao anoitecer
Carrego os murmúrios da cegueira
No meu ventre
Pingos de neblina, brancos e frios
Queixumes, trazidos pelo vento…
Aguento, as minhas utopias
Sou reclusa, do meu querer, amargo
Neste tenebroso momento, naufrago…
Trago nos meus sentidos a melancolia e o vazio
Embalo a luz
E as trevas, secretas do meu querer
Neste silencio e com o olhar recuado
Sangro e morro por dentro mais um pouco
Neste instante estendo a minha mão
E alcanço o distante…
Ao longe, os verbos sussurram segredos
Faíscam sonhos num choro doido e constante
Engano a alma incompreendida
Abrando a dor e o cansaço
Neste avançar e retorcer incessante…
Suspiro fundo, neste lamento sem fim.
A mão treme e geme num dilúvio profundo
Os dedos lassos e descontrolados enleiam-se
Recitam e libertam um grito, profundo
Quebram o lápis …tudo se esvai e falece.
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