Não sei como dizer-te que a minha voz te procura (Herberto Hélder)
nem que a minha mão preenche o vácuo
deixado pela tua
Não sei como dizer-te que a saudade
é um punhal que fere a mais dura carne
Se ainda ela morresse de cada vez
que tento te esquecer
se pulasse alada a coberto do vento
e fosse doer bem longe daqui
Não sei como dizer-te que o meu abraço me dói
até à alma
e é funda essa espada que se me crava no peito
ainda que não a veja
Não sei como dizer-te, meu amor,
que ainda espero que a tua mão prenda a minha
algures num tempo perdido no próprio tempo
onde nada exista que não nós
onde cada silêncio valha por mil palavras
e cada olhar por mil beijos que não te dei
Não sei como dizer-te meu amor
que ainda me sobras no peito e alagas o meu corpo
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