Espigas!
Um mar de espigas eu vi
de contraste tinha o céu
e algumas flores por ali
mas as espigas queria eu.
No meu regaço abracei
o tanto que podia levar
as espigas que agora sei
que a fome me vai matar.
Delas farei o meu pão
e na mesa o tenho de por
a quem me dói o coração
a quem eu sofro por amor.
Filho que já tens na mesa
o pão que eu amassei
para ti sempre a certeza
que a fome te matei.
Fui buscar estas espigas
o milho que Deus me deu
fiz o pão das mãos amigas
aquelas que vêm do céu.
Espigas de verde a dourado
trabalhadas suadas ao sol
barrigas quentes por bocado
noites calmas sem farol.
A Deus se agradece o dia
e noite pelo descanso
que sem a barriga vazia
já põe o menino manso.
Espigas doiradas ao sol
nestes campos plantadas
onde também o girassol
a semente tem criadas.
Benditas espigas de pão
que levo no meu regaço
as levo junto ao coração
e na boca o pão que faço.
Espigas bem aventuradas
por elas ninguém se descuide
que o pão sem elas plantadas
não existe bem que o cuide.
Saciada a minha vontade
de falar sobre as espigas
e do pão que é de verdade
o melhor a encher barrigas.
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