quinta-feira, 9 de maio de 2013

Maria Morais de Sa

Espigas!

Um mar de espigas eu vi
de contraste tinha o céu
e algumas flores por ali
mas as espigas queria eu.

No meu regaço abracei
o tanto que podia levar
as espigas que agora sei
que a fome me vai matar.

Delas farei o meu pão
e na mesa o tenho de por
a quem me dói o coração
a quem eu sofro por amor.

Filho que já tens na mesa
o pão que eu amassei
para ti sempre a certeza
que a fome te matei.

Fui buscar estas espigas
o milho que Deus me deu
fiz o pão das mãos amigas
aquelas que vêm do céu.

Espigas de verde a dourado
trabalhadas suadas ao sol
barrigas quentes por bocado
noites calmas sem farol.

A Deus se agradece o dia
e noite pelo descanso
que sem a barriga vazia
já põe o menino manso.

Espigas doiradas ao sol
nestes campos plantadas
onde também o girassol
a semente tem criadas.

Benditas espigas de pão
que levo no meu regaço
as levo junto ao coração
e na boca o pão que faço.

Espigas bem aventuradas
por elas ninguém se descuide
que o pão sem elas plantadas
não existe bem que o cuide.

Saciada a minha vontade
de falar sobre as espigas
e do pão que é de verdade
o melhor a encher barrigas.

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