quinta-feira, 30 de maio de 2013

Francisco Valverde Arsénio

UM POUCO DE TUDO…E DE NADA…E DE TUDO

Um pouco do infinito e um pouco de nós, um pouco dos livros que cumprem o tempo e os corpos que nascem sem idade. Um pouco da madrugada que nasce sem vocábulos e uma pedra que se reclama palavra, um pouco de poeira cadente, de sangue, de saliva, de voz alva e uma estrofe escrita em Dó Maior. Uma casa e um barco poema, uma árvore e uma charrua abandonada na praça velha. Um tronco esculpido pelo artista desempregado, uma ponte que liga as vozes secas entre desafectos. Uma flor que brilha em Dezembro e o vento que passa sem luz, um traço imperceptível e uma fotografia, uma tábua que ornamenta a gaiola e uma vela aos pés do santo, uma casa projectada no vale e uma cama de cartão na entrada principal do teatro, uma manhã erguida no mastro de um navio, um caderno cheio de tinta-da-china e a asa de uma cegonha nos arrozais da Comporta. Um pouco de tudo… e de nada…e de tudo.

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