quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ana Stoppa

Purpúreas Rosas


Purpúreas rosas adornam pálida cútis inerte
Indiferentes ao teatro que ao redor se forma
Contornos de falsidade, interesse deslavado
Esperam baixar esquife, ávidos pelo bocado


Repousa enfim, liberta do doloroso sufoco
Mundo interesseiro, desmedidamente louco
Prece não necessita, carregou a cruz em vida
Experimentou ausências e desilusões na lida


Despojada da disputa segue só novo caminho
Alma aliviada término das tristes madrugadas
Para vivenciar a felicidade negada no cotidiano


Interesse desumano, vida em total xeque-mate
Rosas orvalhadas adornam o instante terminal
Delicados querubins, acolhem-na em luz afinal.

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