quinta-feira, 4 de abril de 2013

Maria Valadas

SERENA

Em serena reflexão, espelhei-me na lua prateada
Assombro! Aimanado como uma folha de Outono
Amarelecida e rugosa, a ter como tecto a geada
Eu! Que em alvoradas entreguei-me ao abondono!

Decifrando fantasias de tempos ainda memoráveis
Que em meu peito, desenhados, sulcos dos tempos
Esgotados na égide do âmago, mas tão decifráveis
Esvoaçada do chão, corrompida por passatempos!

Salpicos de neve, adornam- me os cabelos outonais
Prenúncios! Do longo inverno que se avizinha
Em meu leito jazerá meu corpo inerte de mortais!

E, a alma viajante pretenderá adejar tal andorinha
Sequiosa de repouso... dos agitados vendavais
Ressurgirá ténue e corpóreo, como uma avezinha!

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