sábado, 20 de abril de 2013

Clara Maria Barata

São breves as águas que nos cantam (a publicar) 

São breves as águas que nos cantam
não vês como vai escurecendo?
escuta-me 
compadece-te
que o tempo não perdoa
e as rosas não duram para sempre

vem meu amor e meu amigo
que ainda é tempo de semear estrelas
comungar da combustão dos astros
rasgar a bruma
tocar o horizonte

não negues a saudade que é tua
nem a brisa que te afaga o rosto
abraça a luz de todas as manhãs
que o dia não nasce sem razão
liberta-te da erosão das pedras
juntos chegaremos às tardes frias de dezembro

escuta-me
o mar ainda nos espera.

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