domingo, 21 de abril de 2013

António Montes

GRITO NINGUEM

Eu já sei oque sou, e como cheguei aqui
não, eu não trouce nada para esse mundo
e nada daqui eu não levarei quando partir.

Eu vim de mãos vazia e com a vergonha minha
sem nada e pelado em minha pura inocência
e chegada por aqui, podia ser noite ou dia.

Herdei do mundo a minha cruel dor
feita tão somente para o meu existir
onde a triste e a semente do amor
transformou em campo o meu produzir.

Criei o meu mundo de pensamento
e ocupo apenas a ponta da flecha
onde o alvo, todavia é o sentimento
e a luz é apenas a pequena resta.

Eu tenho no tempo caçado a tal adesão
para mudar os trilhos da minha vida
e muitas das vezes com a tal paixão
eu sinto a minha estrada toda perdida.

se eu grito ninguém nunca me ouve
pois faço apenas no pensamento meu
se o ontem fosse bom seria o meu hoje
vivo em lagrimas secas e sem adeus.

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