terça-feira, 16 de abril de 2013

António Montes

MILONGA

Quando fugiu ainda era meia noite
nem deixo inteirar para completar uma
antes da aurora com os ventos fostes
sais-te esgueirando sobre o lençol da lua.

Era prata a cromática de tua prata
esboçando um queijo reluzente no céu
e as estrelas pendentes sem despregar
todas firmes sem cair no escarcéu.

o sol tomando altura fulgentou à aurora
fugindo do horizonte e montes belos
a linha deste às vezes perdidos nos enrola
e ofegante na miragem nos faz ver castelo.

Já a lua estava cheia quando se encheu
e não tinha nem uma joia tudo era prata
então o lobisomem dos sentimentos meu
vagou na solidão no desprezo da ingrata.

então ai veio o crepúsculo da noite
antecedendo sobre mais um belo dia
depois de um tombo grande o cair da tarde
não machucou ninguém, que bom, ave Maria!

E o amanhã se levanta da noite longa
desprendendo o sol logo bem cedo
mistura-se com rimas prozas e milongas
e rebuça as duras verdades dos segredos.

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