segunda-feira, 8 de abril de 2013

Alfredo Costa Pereira

“BEIJOS TERNOS”

Vai-se acendendo a tímida luz da madrugada,
Ao som alegre dos melros a assobiar para ela, 
Cantando-lhe a trova singela do seu coração
E o rio corre no seu leito banhando o chorão!

O sol nascente vai pintando as nuvens numa tela
Cromatizando uma aguarela só com uma aguada;
As flores coram aos primeiros raios da aurora
Como a tua face apaixonada está a ficar agora!

As notas cantadas pelo trino das aves,
Saúdam o nascer-do-sol com as suas cores suaves!
Mas as gotas de orvalho tremeram no velho carvalho,

Que é o mais antigo daquelas florestas!
Porque nos sentiu a ele encostados frente às giestas
A trocar beijos ternos abrigados debaixo do seu galho!

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