terça-feira, 26 de março de 2013

Agostinho Borges de Carvalho

Clamores na manhã

Vou soltando o grito 
e embebedo meu olhar com o clamor da 
luz da manhã.
Sei que o teu desejo abrirá caminho por meio do negrume.
E já é tempo de nos investirmos de sagacidade e aconchegarmo-nos com a nostalgia e partir para as terras da coragem
e da melancolia.
Muitos não naufragam.Têm o verbo dúctil e incisivo.
Deixarei,pelo contrário,deslizar pela montanha do tempo todas estas
agruras.
Cozinharei afecto com mel para alimentar meu espírito de inquietantes
perplexidades.
E sonharei,amansado com a jocosidade de teu sorriso,que hoje se imagina numa manhã de campos floridos,cantos de pássaros e gestos
de paz.
O hoje se projecta no amanhã com o aflorar da tua palavra.
A crença no teu desejo leva-nos ao infinito no tempo.
Somos sal desta coragem.
Barco de esperança no cais do maravilhoso,do luar,do silêncio,do indizível.

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