quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Novo amanhecer

Na noite caminhava sozinho
Perdido como um tolinho!
Como se estivesse encharcado em vinho,

Em mim perdido, de mim esquecido!
Caminhava sempre sem parar,
Como um louco foragido,
Que foge de alguém que o quer encarcerar!
Fugia…fugia! Fugia da sombra
Que em mim não existia!
A lua era reste-a de penumbra
Que me dava alguma luz luzidia!
Mesmo assim, eu partia, eu saía
Para o outro lado da vida!
Partia com a alma escurecida
Na procura de paz interior!
Partia à procura de um amor
Que me percebesse!
Partia em busca de alguém
Que me dissesse
Que eu era pessoa de bem.
Esse amor tardava em encontrar
E eu continuava a caminhar,
Sempre sem cessar!
Queria abrir uma nova porta!
Queria endireitar a vida
Porque ela estava desaustinada e torta!
E assim fui caminhando
De partida em partida!
E assim fui descobrindo
Uma outra vida nesta vida!
Descobri que neste lugar
Onde me encontro, onde estou,
Afinal há um sentido salutar
Para a minha existência!
Foi nesse caminho vulgar,
Nessa minha errância,
Que eu descobri o meu ser!
São hoje as coisas simples, mas belas
Que me fazem enaltecer!
Por elas e com elas
Despertou, em mim, um novo amanhecer!

Luís Lameiras




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