domingo, 5 de agosto de 2012

Soneto Tumultuado

Quem dera não sentir tanta ternura

E os lábios manter quietos, sem dizer-te
O quanto sem querer tu cometeste
A relembrar pra mim tanta ventura...

Pois foste no meu céu toda a loucura

Num manto de esplendor que a terra veste,
Espalhas com tuas mãos toda uma peste
Que o coração servil logo tortura!

E o náufrago à procura de um abrigo

Nas tábuas de seu mundo que perece
Já tenta se afastar deste perigo

No balançar de vozes de uma prece:

Que o amor não seja mais do que um castigo,
E mais insensatez à terra desce!

Francisco Settineri.
 
 

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