terça-feira, 28 de agosto de 2012

 Aguarela de Cores

Hoje ao acordar
Deu-me para pensar
Vou mandar a tristeza embora
Deitá-la porta fora

E o que fazer?
Quero viver
Não pensar na dor
Só alegria e cor

Vou pintar meus dias
Com cores alegres
Como quem pinta
Uma aguarela
De garridas tintas

Quando a noite chegar
Feliz vou estar
Desta mudança
Cheia de esperança

E eu vivo
Abro a porta
Ponho-me a caminhar
A alegria vou encontrar

Amélia Amado

QUE VONTADE DE SENTIR SAUDADE

Dos meus tempos de criança,
Brincando de ser mãe das bonecas.
O dom de uma aguerrida e ciumenta
Mãe, já despontava em mim.
Era tudo tão poético, mas eu
Não sabia o quanto de poesia, toda
Aquela inocência representava,
Quando eu cantava para ninar as
Bonequinhas, ó, que saudade me dá.
Tão logo fiquei crescidinha , descobri
As maravilhas da Natureza, ali perto
De mim, comecei a deslumbrar-me,
Com os cantos dos pássaros, em bela
Sinfonia de chilreares, bem cedinho eu
Acordava para escutá-los.
São dessas e de outras saudades que eu
Quero sentir, não tem como esquecer.
Era poético as mocinhas deixarem os cabelos,
Em desalinhos, quando a brisa da noite soprava..
Ah, como era poético a gente sonhar com as
Personagens de filmes, e dos romances.
Minhas irmãs mais velhas liam muitos, eu dava
Um jeitinho de também lê-los, às escondidas.
Ó, que saudade de sentir saudade de ouvir o
O barulhinho dos pingos d’água da chuva sobre
À calçada, a serpentearem-se até à esquina da rua.
E a criançada indo atrás dos barquinhos de papel.
Ah, da mocidade as saudades são vibrantes...
Os namoricos de longe era uma aventura,
Quando o mesmo broto era disputado por
Várias meninas, suspiros não faltavam...
Vestir aquele maiô de sainha era com muito
Acanhamento, mas o tempo foi passando, tudo
Foi mudando, eu já nem sei, se deixarei saudade!

Vanuza Couto Alves


 “DECLARAÇÃO DE AMOR”

Aquelas pedras nuas,
Calcinadas pelos ventos dos anos,
Eternamente sequiosas como humanos
Dos beijos das noites húmidas das luas!

Aqueles pinheiros esguios
Direitos, como sentinelas do Tempo, bravios
A olharem a imensidade dos campos
Fatigadamente verdes, ouviam-se pirilampos!

Mas foi contigo nas pedras nuas da serra
Que a minha cabeça pensou e repousou
Com a cabeça e os pés bem assentes na terra,

E meus olhos encantados ficaram estáticos a respirar
O sangue rubro que o poente para nós pintou!
Não resisti, e decidi finalmente a ti me declarar!

Alfredo Costa Pereira



 ESTAS LÁGRIMAS

Minhas lágrimas falam por mim
São palavras que emanam do coração
Mostrando minha tristeza
E toda a minha solidão!

Lágrimas dão voz á alma
Mostrando a minha emoção
Quando vazia perco a calma
E também perco a razão!

Mas também dizem verdades
Porque elas são a verdade
Que sai do coração
Mostram minha sensibilidade
E minha fragilidade!

Sinto-as no olhar
São reais estas lágrimas que verto
Por sentir esta dor no peito
Esta dor que me não dá paz!

Lágrimas são pedaços de dor
Lágrimas tão reais
São o medo da solidão
O vazio sentido deste pobre coração
Pelo abandono do meu amor!

Naná



O Mar

Quando findar o mar
Quando terminar o ar
E quando as aves
Deixarem de voar
Voaremos nós...
Voaremos 
Eu e você...
Nesse espaço infinito
Por sobre o céu azul e lindo!

Voaremos nós
Pelos cantos da terra
E por todo o universo
Contando aos astros
Nossa prosa e nosso verso

Voaremos nós
Além das estrelas
Além de todos os planetas
Tão rápidos como
Raios em labaredas

Voaremos nós
Eu e você
Como anjos
Por toda a eternidade!
 
Lice Duarte


 O vento no meu peito

O vento açoita-me fortemente o meu peito,
com a raiva incontida de noites de tempestade,
no meu coração enfraquecido pela saudade
e alma sofrida pela desilusão!
Estremeço a cada rajada,
que me fustiga o mais profundo de mim,
suspiro na ânsia que a dor me provoca,
em me libertar deste flagelo;
Desfaleço-me na incapacidade
de me revoltar!

Desperto desta letargia infligida,
grito ao céu que me ouça,
que me devolva a alegria do meu viver
e me faça esquecer
a escuridão dos momentos,
das noites de silêncio
e me deixe ser abraçado
pela suavidade do manto azul do luar!

Cala-se o vento,
Sossega-se-me o coração,
Acalma-se-me a alma,
O luar anima-me em seus braços,
Deixo-me levar nas asas dos sonhos.

José Carlos Moutinho


Rosa minha

Que me dilaceras o Coração
Amor de perdição,
De grandes Ventos e tentação.

Deusa que caminha
P'lo passeio da atmosfera
Em passos de maneira,
De mui abraços,sem canseira.

Flor que voa e se aninha
P'los esbeltos Jardins raros
De sons de cheiros,
Os meus desvaneios.

Princesa minha
Que me agasalhas
A escuridão, limalhas
De erupção que fluíem às centelhas.

Adorada minha
A quem entrego a Alma,
P'la mão do coração. Dama
Única que desnudo na cama.

Musa de Poetas em linha,
Ponte de grandes poesias
Nas margens das rias,
Onda de grandes Romarias.

RÓ MAR

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