segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os Nossos Poetas



Ceifando

Há muito que chegou Julho
já começou a ceifa

Desocupando as searas
Colonos desta terra Alentejana
Pintada de amarelo com gritos encarnados de papoilas

Seguro a foice impiedosa
Derrubo o trigo
E o chão salpicado de cores
Reduz-se a terra cansada

Ensinou-me o Homem velho
Cujo cabelo é velho
Cujas mãos velhas e calejadas
Trabalharam a terra
(…)
Designou-me aquele homem de barbas brancas
Para ceifar.
Saberei desenhar a seara?
Não é simples a tarefa
Maltratar as papoilas, cortar o trigo.

Mas a ceifa tem de ser terminada
E a terra cansada, voltará a ser seara!

Corto
Separo
Observo
Distingo papoilas e cereais

(...)

Com a farinha amasso pão…
Alimento-me
Saciada volto a semear
E em Julho
Cresceu a seara, a ceifa recomeça.

Céu Cruz


o   COMO POSSO, SER FELIZ?!...

Como posso, ser feliz?
Se olho, em meu redor…
E o meu Irmão, não come!
Sobrevive a padecer, de fome!
Em agonia a sofrer…
E aos poucos a morrer…
Por tanta… falta de PAZ! de AMOR!...

Como posso, ser feliz?
Se vivo…
num MUNDO tão Desumanizado!...
A ver o meu Irmão,
a ser atormentado!
maltratado!
humilhado!
injustiçado!

COMO POSSO, SER FELIZ?!...

“ Oh! meu Irmão!
apenas, ficarei Feliz!...
Se souber que Tu!
também Sorris!... ”

Helena Duarte
o    

Escrever sereno!

Ler um dado poema
É um sublime encanto
De um escrever encantado
Onde as palavras nos envolvem
Numa magia
De um momento belo
Um sereno pranto
Sob um quedo arvoredo
Onde as árvores
Num amontoado lar
De braços abertos
Nos chamam
E acodem
A nova Inspiração
E nos agasalham
Com as folhas
A fazerem cama
Num romântico novelo.


In"poesia reunida"…19*02*2011
HÁ DIAS ASSIM...ZEAL

Por: Jrtrovador Zeal


Feiticeiro

O vento roubou-me as palavras,
Mas deixou-me a tua boca,
Sedutora e fatal.
Nela o desejo me acolhe, insinuante
E me cessa o castigo,
Sem saber o que sinto, tremo de estímulo.
Avassalas-me, com o teu corpo feiticeiro
E cativante.
E eu e não contesto…
Felino, com garras de cetim
E olhar de mel,
Ganhas o meu coração de sol.
Deixo cair o véu e dispo a alma,
Escorrego e clamo de prazer,
Nessa chama que me queima,
Desperta (me),
Tatuado no corpo, um novo dia.
Agarra (me) e mendiga (me),
Que eu te aflui e alimento a paixão.

Telma Estêvão



Embriaguei-me do teu sorriso,
que iluminara todo
o quarto.

Os olhos teus,
tão meus,em mim...

Fazia nascer
a flor da pele,o amor.

E eu alí,
a espera de um beijo
na boca da noite.

Vera Queiroz




Mulher

A mais linda de todas as criaçoes de Deus
Carrega dentro de ti a assência do Amor
Meiga, carinhosa, doce e sentimental
Tão delicada qto uma flor

Mãe, esposa, amiga...
Nenhum homem sem ti podes viver
És tu mulher minha força, amparo e consolo
Pois me ensinas todos os dias a crescer

Dona de mil encantos
Que sempre me fascina
Quero-te sempre por perto
Hoje e por toda minha vida

Amo-te imensamente
Amor esse que vive a me aquecer
Tu és o meu doce anjo
Que me ajuda a amadurecer

Mulher, mulher, mulher...
Bela, simples e singela
És minha fada encantada
És minha brilhante estrela.

João Campanha


O Meu Vestido Azul

Vem amor,
vem ajudar-me a vestir
o vestido azul que me ofereceste
onde envolveste todo o teu prazer e sentir !

Vem apertar-lhe o botão
que enfeita as minhas costas desnudas
que beijas com tanto amor
que me deixas quase muda …
… d’espanto, d’encanto …
… muda de perdição !

Ah !, não consegues abotoar o botão !
Pois não !
As tuas mãos tremem de desejo e de emoção !

Então
despe-me …
… dou-te essa opção !

Deixa nu o meu corpo
coberto de frenesim
ansioso pelo teu,
nervoso pelas tuas carícias
pelo festim dos teus desejos,
pela loucura dos teus devaneios
e
… não olhes a meios
para saciares o teu fim !

Loucura …
… momento este de paixão,
em que sem pudor nos entregamos
de corpo e alma …
… ao quântico amor … e à adoração !

Vem,
vem despir o meu vestido azul
acordar os meus sentidos
desapertar o seu botão !

Desaperta-o … mas deixa-o aberto !

Deixa nus os meus seios que beijaste
que apertaste com fervor na tua mão,
que mordiscaste com fulgor o desejo que te deu
este amor abençoado ...
... que ficará sempre marcado ... no nosso coração !

Magá Figueiredo

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