Li nos teus lábios as respostas
às perguntas que bailavam nos meus olhos
e a doce calma no aconchego do teu peito
trouxe esperança de vida aos sonhos!
Pus em tuas mãos a minha angústia
mostraste-me a paz depois do abismo,
da minha loucura fazes uma festa
dás-me a força e confiança pro caminho!
Tens a palavra que bebe a lágrima,
o sorriso que me aquece o coração
o toque que me excita e me transporta
pintas em mim o arco-iris da paixão!
Um poema para ti é mesmo pouco
pois queria abrir-te a porta ao paraiso
dar-te a beber em fontes de água pura
que te levem ao extase infinito!
Mas em meu coração, sabe Querido!
tens um ninho de seda e veludo
onde o nosso segredo protegido
faz de nós únicos um pro outro!
Ana Namy Echevarria
Já tive um lar
Desprendi-me do meu notebook para
Respirar o ar puro da manhã friorenta.
Espreguicei-me e aspirei profundamente
O ar com aroma de jasmim e rosa que vinha
Do jardim. Passei a andar pelos cômodos modestos
Da minha modesta casa. Abri as gavetas do
Guarda-roupa. Espalhei cânforas no seu interior,
Escovei meu velho, mas bem-cuidado paletó.
Fui à cozinha, bisbilhotei a despensa, ação esta
Que me deixou a pensar! Meus mantimentos...
Estavam acabando... Hum! E ainda nem chegamos
Ao final do mês! Barriga vazia outra vez!
Abri a porta de trás e fui para o quintal...
Viver sozinho é bom, mas, também, é mal!
Varrer o terreiro, podar as plantas, dar comida
Ao gato, ao cachorro e às galinhas e não esquecer
Seus nomes na hora de acarinha-los ou repreendê-los:
Veludo o gato; Joli o cachorro vira-lata; nega, branca,
Matilda, Piculino... galinhas, galo e pintinhos...
A goiabeira era bem regada e paparicada, assim, dava
Graúdas e doces goiabas; o coqueiro anão, a acerola,
A mangueira, as bananeiras, a laranjeira... e a passarinhada!
Enfim, trabalheira danada, mas, uma vida boa e abençoada!
O jardim, claro, ficava em frente da casa. Era dividido bem
No meio, onde este velho aposentado abriu um caminho
Que dava acesso ao portão e à caixa de correio...
Conhecia-o bem: crótons amarelos, duas roseiras com
Rosas róseas e outras com rosas brancas; um jasmim
De fronde robusta que atraia tanto besouros como vespas,
Borboletas, motivo para causar mórbida inveja às roseiras...
Ali eu lia, falava com as flores em voz alta e sorria
E chorava... e depois me animava, cantava, orava!
Nunca me senti só, pelo contrário, sentia-me
Muito bem acompanhado por meus amigos, que me
Davam de comer, beber... me perfumavam... me
Ouviam em silêncio, me respeitavam e me alegravam!
Tínhamos nossas desavenças, que logo desvaneciam...
A velhice trocou-me o lar pelo exílio: jogou-me neste triste asilo...
Quanto curtia o dia-a-dia na minha humilde moradia!
Desprendi-me do meu notebook para
Respirar o ar puro da manhã friorenta.
Espreguicei-me e aspirei profundamente
O ar com aroma de jasmim e rosa que vinha
Do jardim. Passei a andar pelos cômodos modestos
Da minha modesta casa. Abri as gavetas do
Guarda-roupa. Espalhei cânforas no seu interior,
Escovei meu velho, mas bem-cuidado paletó.
Fui à cozinha, bisbilhotei a despensa, ação esta
Que me deixou a pensar! Meus mantimentos...
Estavam acabando... Hum! E ainda nem chegamos
Ao final do mês! Barriga vazia outra vez!
Abri a porta de trás e fui para o quintal...
Viver sozinho é bom, mas, também, é mal!
Varrer o terreiro, podar as plantas, dar comida
Ao gato, ao cachorro e às galinhas e não esquecer
Seus nomes na hora de acarinha-los ou repreendê-los:
Veludo o gato; Joli o cachorro vira-lata; nega, branca,
Matilda, Piculino... galinhas, galo e pintinhos...
A goiabeira era bem regada e paparicada, assim, dava
Graúdas e doces goiabas; o coqueiro anão, a acerola,
A mangueira, as bananeiras, a laranjeira... e a passarinhada!
Enfim, trabalheira danada, mas, uma vida boa e abençoada!
O jardim, claro, ficava em frente da casa. Era dividido bem
No meio, onde este velho aposentado abriu um caminho
Que dava acesso ao portão e à caixa de correio...
Conhecia-o bem: crótons amarelos, duas roseiras com
Rosas róseas e outras com rosas brancas; um jasmim
De fronde robusta que atraia tanto besouros como vespas,
Borboletas, motivo para causar mórbida inveja às roseiras...
Ali eu lia, falava com as flores em voz alta e sorria
E chorava... e depois me animava, cantava, orava!
Nunca me senti só, pelo contrário, sentia-me
Muito bem acompanhado por meus amigos, que me
Davam de comer, beber... me perfumavam... me
Ouviam em silêncio, me respeitavam e me alegravam!
Tínhamos nossas desavenças, que logo desvaneciam...
A velhice trocou-me o lar pelo exílio: jogou-me neste triste asilo...
Quanto curtia o dia-a-dia na minha humilde moradia!
Paulo Paixão
POESIA
& POETAS
A poesia nasce no coraçâo
nasce de parto natural
no tempo certo
numa apoteose total
Para o poeta é um filho
concebido pelo amor
é luz que sai das entranhas
para suplantar a dor
A poesia é para o poeta
como a chuva é para o chão
a poesia é uma flecha
que atinge o coração
Sou poeta, sou poesia
amo toda forma de escrita
como hoje é o dia
a poesia é quem dita!!!!!
A poesia nasce no coraçâo
nasce de parto natural
no tempo certo
numa apoteose total
Para o poeta é um filho
concebido pelo amor
é luz que sai das entranhas
para suplantar a dor
A poesia é para o poeta
como a chuva é para o chão
a poesia é uma flecha
que atinge o coração
Sou poeta, sou poesia
amo toda forma de escrita
como hoje é o dia
a poesia é quem dita!!!!!
AMOR (FEITO) PERFEITO
Na minha pele
deambulam os fluidos
do teu amor em ardência.
Sôfrega,
a tua boca provoca.
Rompes os limites
dos segredos
e livras-te dos grilhões do silêncio.
Trazes vento
em cada poro soprado
por mil quereres,
cerras os olhos
e secas os lábios nos meus lábios.
Dedilho a geografia nua
nesse corpo eloquente
e pedes-me
que te escreva um poema,
que te faça mulher.
Segredas-me os versos,
as estrofes,
as madrugadas que nascem
numa noite de primavera.
Cravas as unhas
no branco dos lençóis
quando suspiramos a uma só voz.
Os anjos rendem-se na perfeição do instante.
© Francisco Valverde Arsénio
Na minha pele
deambulam os fluidos
do teu amor em ardência.
Sôfrega,
a tua boca provoca.
Rompes os limites
dos segredos
e livras-te dos grilhões do silêncio.
Trazes vento
em cada poro soprado
por mil quereres,
cerras os olhos
e secas os lábios nos meus lábios.
Dedilho a geografia nua
nesse corpo eloquente
e pedes-me
que te escreva um poema,
que te faça mulher.
Segredas-me os versos,
as estrofes,
as madrugadas que nascem
numa noite de primavera.
Cravas as unhas
no branco dos lençóis
quando suspiramos a uma só voz.
Os anjos rendem-se na perfeição do instante.
© Francisco Valverde Arsénio
Os Cinco sentidos
Quero sentir-te com
Com os cinco sentidos
Numa troca de sensações
Toques que se unem num intensa partilha
Em nossos corpos suados
Dedos tacteando vales e relevos
Partilhando palavras lindas de amor e paixão
Bocas que se tocam sentindo
O gosto partilhado do desejo
Num corpo transformado em sumo imaginário
De amor
De paixão
De suor
De sal
De sol
Com os cinco sentidos quero que me vejas
De corpo e alma
Completamente…
Desnudada… transparente…
Ser a minha essência mais pura e cristalina
Como um cálice de vinho
Em que me solverás
Num corpo unificado
Consumido pelo fogo ardente da paixão
Em que descobrirás o sexto sentido
O sentido maior do que é amar-te
Sentimento profundo enraizado em mim
Onde apenas tu resides nele
Onde entrego toda a minha alma e o meu coração!
Carla Gomes
Quero sentir-te com
Com os cinco sentidos
Numa troca de sensações
Toques que se unem num intensa partilha
Em nossos corpos suados
Dedos tacteando vales e relevos
Partilhando palavras lindas de amor e paixão
Bocas que se tocam sentindo
O gosto partilhado do desejo
Num corpo transformado em sumo imaginário
De amor
De paixão
De suor
De sal
De sol
Com os cinco sentidos quero que me vejas
De corpo e alma
Completamente…
Desnudada… transparente…
Ser a minha essência mais pura e cristalina
Como um cálice de vinho
Em que me solverás
Num corpo unificado
Consumido pelo fogo ardente da paixão
Em que descobrirás o sexto sentido
O sentido maior do que é amar-te
Sentimento profundo enraizado em mim
Onde apenas tu resides nele
Onde entrego toda a minha alma e o meu coração!
Carla Gomes
O TEMPO DOS ANJOS
Subo as escadas do silêncio
Onde passeiam anjos entre nós
Ignoro as cercas...as amarras
Onde se prende minha voz...
Anjos sobrevoam meus pensamentos
Inundando-os em um grande jardim
Mas o sol nada me responde...
Não corresponde à triste
Montanha do meu coração
Me permitem viver na ilusão...
Anjos que fiam o tempo
Tempo de seres tu meu amado
Por todo o sempre
Um tempo além de mim
Um agora e mais nada
Um tempo sem fim
Levem-me anjos...arcanjos
Para viver este amor, enfim!
mgn(by páginas da vida)
Marli Giacomozzi Nascimento
infância
roudada.
desejo inocente?
não há mais,
se dissiparam,
com a morte,
de minha infância,
aquela inocencia ?
nada restou,
selvagemente,
sem rosto,
e sem calor,
invadiu minha,
alma.
dilacerando minha,
resistência,
em minha consciencia,
jaz uma infância,
roubada.
desejo inocente?
não há mais,
se dissiparam,
com a morte,
de minha infância,
aquela inocencia ?
nada restou,
selvagemente,
sem rosto,
e sem calor,
invadiu minha,
alma.
dilacerando minha,
resistência,
em minha consciencia,
jaz uma infância,
roubada.
Deusima Alves
Encantos
Como eu gosto do tactear, quente
Dos teus dedos, no meu corpo,
Do bailado dos teus-meus
Lábios húmidos,
E da tua língua molhada e nua.
Das sensações, dos gemidos e dos ais,
Das palavras que me beijam e acariciam.
Dos sins, das quatro paredes,
Do céu, da lua e das estrelas
Despidas de preconceitos…
A onde me acalento e deixo o receio.
Dos cheiros da terra e da pele, da areia e do mar,
Do frenesim sem idade, do encantamento do mel,
Que me cobre e cura as dores.
Como eu gosto de te trazer ao peito
E matar (te) a sede!
Telma Estêvão
Como eu gosto do tactear, quente
Dos teus dedos, no meu corpo,
Do bailado dos teus-meus
Lábios húmidos,
E da tua língua molhada e nua.
Das sensações, dos gemidos e dos ais,
Das palavras que me beijam e acariciam.
Dos sins, das quatro paredes,
Do céu, da lua e das estrelas
Despidas de preconceitos…
A onde me acalento e deixo o receio.
Dos cheiros da terra e da pele, da areia e do mar,
Do frenesim sem idade, do encantamento do mel,
Que me cobre e cura as dores.
Como eu gosto de te trazer ao peito
E matar (te) a sede!
Telma Estêvão
Nenhum comentário:
Postar um comentário