quinta-feira, 1 de março de 2012

Os Nossos Poetas



Saudade... só*

Quando me leres de saudade,
Descobrirás que minha metade,
Partiu contigo como sombra,
Na hora nociva do adeus,
E eu hoje canto a saudade,
Na conjugação do passado,
Em verbo, poesia e dor…

E se ainda tenho coragem,
Se luto buscando minha alma,
No sol que me apagaste,
É porque minha meta é o fim,
Aquele final belo e incerto,
Nas horas que estão por viver,
Onde me telo em líricos sonhos,
Colorindo as cores da saudade,
Riscando tua presença de mim…

Procuro minha metade na saudade!
Neste caminho onde nos cruzamos,
Uma só única e in-temporal vez!

Cristina Correia




Valorizar

Quantas e quantas vezes
não Valorizamos!
Há quem todos os dias
lute por mais umas horas de vida.
Em outro qualquer lugar,
há quem ponha termo à sua.
Por desespero, por infelicidade??
Por incapacidade
de valorizar,
o que muitos gostariam de ter.
Quantos e quantas
maltratam seus cônjuges!
Quando outros tantos
em outro lugar,
os esperam de braços abertos
e coração cheio de amor para dar.
Quantos fazem birra
para não comer,
aquela gostosa comida que a mãe fez!
Quando outros tantos,
em outro lugar
dariam, o tudo nada que têm
para a poder saborear.
Quantos reclamam,
da algazarra ao serão!
Quando uns quantos,
morrem de solidão.
Enquanto uns desaproveitam
o amor que lhes é dado!
Há quem maravilha-se
ao receber.
Onde se esconde,
o equilibrio da vida??
Por onde andas, que não te encontro.

Marina Dulce Marques.



Chuva

O céu rendeu-se…
E lacrimejou de mansinho
A brisa tímida com o seu sopro
Fê-la rodopiar em suaves movimentos.
A terra vibrou com o toque
Das águas do céu.
Os insectos voam em espasmos, fecundam
E entrelaçam-se nas húmidas flores
Que exalam e exaltam odores doces e ousados.
Os rios saciam a sede
E sentem de novo o beijo dos bichos.
Lavam a poeira das pedras
E galgam em frenesi para os mares.
As arvores dançam de braços abertos,
Enchendo-se de vida,
Vejo o florir dos seus verdes ramos
E o sacudir de folhas, secas.
Tudo está em harmonia,
Os cheiros e as cores
Jubilam o meu dia, em trovas.
Hoje estou vestida de Inverno
Mas com as cores da Primavera,
Descalça caminho pelo manto de ervas, fresquinhas.

Telma Estêvão




Caminho

E se o caminho que pisar for sinuoso
E a pedra que encontrar for agressiva,
Não reprimirei o passo,
Não lastimarei a sorte,
Avançarei vigorosamente
Até à morte.
E, derreada, carregarei o saco,
Como se fora o talismã da vida.
As pedras, cada guerra vencida;
As chagas, a minha marca de água;
O amanhã, vestido de pujança;
O ontem, despido de mágoa.
E seguirei, determinada,
Até ao fim,
Na esperança de nunca o encontrar,
Mas se um dia ele vier, eu quero estar
Bem longe…já no fim da ponte,
Sentada sobre as pedras que cruzei,
A olhar para lá do horizonte.

Maria da Fonte



"Ao meu amigo e irmão"

"Sempre Em Resposta:
Grata em meu Íntimo Ouço"

Ouço tua voz
sinto-lhe a presença
na luz que te acompanha
princípio do Nós e em ti ...
... excelência

Amor puro e dedicado
carinho e olhar raro
consciência em si ...
... és amparo

Sempre ao meu lado
Voz doce e suave
firme sopro de brisa
é mérito e privilégio ...
... a mim sem medida

Palavras nada dizem
sentir em gratidão
concedo minha alma
ouvidos em emoção
morada do amor
... inteiro em doação

Luz não esmoreça
sabes dos desatinos
passos tortos, aprendizado
em teu colo me aninho
refaz-me do cansaço ...
... parceiro do caminho

Amo-te sem medida
dedico-lhe minha essência
sempre aqui estás comigo
meu anjo em presença
eterno e fiel ...
... irmão e meu Amigo!

Kátia de Souza

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