terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Etéreo Apelo


ETÉREO APELO

Chamo pelo teu corpo
adivinhado
no toque das minhas mãos,
chamo-te entre vagas de gente
que formam galáxias de algoritmos
quando olho o firmamento.
Há uma teia eterna
onde me teces o sol
e eu te faço verso
e me escondo
do apelo irrecusável da tua boca.

Mas que fazer
se o clarear da aurora
dilui o negrume
duma ou outra ausência tua…

A noite avança
ao ritmo do poema que escrevo,
como uma dança secreta
em que os corpos buscam
numa simbiose quase perfeita
palavras alinhadas na melodia.

Chamo pelo teu corpo
tecido em cores verde-mar
quando me falta o verbo certo
numa frase enigmática,
chamo pelo teu corpo
para que envolvas os dedos
no calor da minha pele.

Olho nos teus olhos
da cor das searas maduras,
da cor da terra,
da cor dos meus.
Olho e…
chamo pelo teu corpo,
resultado do somatório de mil violinos.


Francisco Valverde Arsénio­ ­

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