quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


TENHO SEDE

Meu amor,
Tenho sede...
Do teu corpo,
Do ombro que me faz sonhar,
Do teu cheiro,
Dos teus lábios,
Das nossas loucuras de amor,
De ti, agora que estás ausente,
E eu...triste,
Sofrendo lentamente !
Vem depressa,
Quero que mates a sede,
Que me seca a garganta !
Quero beber dos teus lábios,
A tua respiração ofegante !
Quero beber...
Até ao amanhecer !

JORGE BRITES­ ­


AVÓ

Eras tamanha ,Avó, dentro do teu mundo tão pequeno.
E eu gostava tanto de te ver a esticar as palavras 
e a dobrá-las em mil pedaços para acudires a tudo.
Que bem eu entendia o teu sacudir de braços,
O teu dizer mudo, o teu olhar profundo…
Avó, sabias que o teu mundo era e meu mundo?
Hoje, Avó, eu tinha mil palavras para te dar,
Frias…vazias…
Sabes porquê? 
Tu levaste contigo a única palavra quente
Que em nós havia.
O meu mundo cresceu e as tuas palavras
Gelaram no frio da noite.
E eu, Avó, fiquei sem ti…
A olhar a vida lá do fundo.
Queria tanto aprender contigo,
Ter-te de volta aqui…
Avó, sabias que o teu mundo era o meu mundo?

Maria da Fonte
regiscalheira.wordpress.com


Gosto


Gosto do sol e do mar
E gosto de Natureza
E das noites de luar
Em toda a sua grandeza


Eu gosto de contemplar
Lá do alto das montanhas
Um rio a serpentear
Por entre fragas tamanhas


Ao ver estrelas brilhar
Se observo o firmamento
Sinto Deus a me falar
Através do pensamento


Amy Dine­ ­


Marinheiro de palavras

Navego em mar de alcatrão, pedras e por curvas sinuosas que me levam até ti! 
Aceno-te com um beijo de chegada, porque a partida… só depois de te cobrir com minha pele e ancorar em teu sexo.
Meu veleiro tem um casaco como vela com dois braços para te abraçar e botões para te amarrar em meu corpo de desejos.
Na cabine de meu veleiro, há um porta fotos de tua imagem ao lado da bússola que me guia até ti.
No casco vazio, levo sacos de abraços, beijos e lágrimas espermáticas, para depositar em teu corpo.
No porão, levo barris de petróleo para te incendiar de prazer.
Meu veleiro não tem remos, navega ao som de um motor, com força de muitos cavalos alados para numa batalha suada e vencida numa união marítima e molhada com células que alimentam nosso desejo.
Na linha do horizonte, imagino-te com cabelos ao vento e braços abertos para entrares no meu veleiro de prazeres.
Quero navegar em teus lábios, velejando com desejos em teu corpo!
Gaivotas famintas como nossos corpos, voarão gritando até caírem cansadas em terra.
Verás estrelas adormecidas pelo calor do sol que entretanto aquece nossos corpos suados.
As ondas de nossos corpos se espraiarão e ancorarão, com serenidade nos lenções da cama.
A viagem será navegada em águas terrenas, com leves impulsos de pequenas ondas em que corpos se envolverão, numa batalha marítima onde os vencedores serão as musas de prazer!
Angelo Vaz



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