OUTONO
Triste, fiz ao verão uma despedida…
Envolvi-me na angústia dum Outono!
De minha mãe, chorei sua partida…
Senti-me um estorninho, ao abandono.
Eu fui um dos teus oásis, sem guarida,
entre castelos, sonhos…, no teu sono.
O meu corpo foi o mel, que te deu vida,
o ceptro, uma coroa, no teu trono.
Eu que nasci num rubro, ameno, Outono,
ainda o guardo p’ra ti, porque sou dono,
do meu sorriso amigo, que é eterno.
Mas tu sabes, se as chuvas aí voltarem,
e os fortes ventos de mim te afastarem
serei folha caída num Inverno.
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