segunda-feira, 23 de setembro de 2013

José Pedro Carvalho Marques

MINHA ALMA É UM BARCO

Minha alma é barco de enfunadas velas
Pelo mar alto do meu pensamento
O seu destino certo é as estrelas
A brilhar e a sorrir no firmamento

Leva consigo sonhos, coisas belas
Lindas canções, poemas do momento
E o meu barco pelo mar fora atrás delas
Lá vai, lá vai, levado pelo vento!...

Oh minha alma! Pára!... descansa um pouco!...
Acalma da ansiedade esse furor!
De assim a navegar eu fico louco!...

Minha alma não ouve. É de ouvido mouco
Entusiasmada de tanto fulgor!...
E de tanto pedir, eu fiquei rouco…

Têm sido de insónias as minhas madrugadas, pois acordo com o cachoar das ideias no meu pensamento. E não me largam! Em vez dos carneirinhos no tecto para eu contar até adormecer, são letras a luzir no silêncio do quarto. E depois das letras, são palavras; e depois das palavras, é uma frase. E depois outra…E outra!... Que fazer?!... Ou me levanto e as agarro para não mais me fugirem, ou elas voam e desaparecem mesmo. Sem retorno. Então, levanto-me e agarro-as nos rabiscos do papel. E pronto! Já cá estão e já não me fogem mais. Espremidas, torcidas, alinhavadas e lavadas, foi em soneto que desta vez ficaram…

Nenhum comentário:

Postar um comentário